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O Cortiço

por Aluizio Azevedo

12

Pombinha ergueu-se de um pulo e abrio de carreira para casa. No logar em que estivera deitada o capim verde ficou matizado de pontos vermelhos. A mãe lavava á tina, ella chamou-a com instancia, enfiando cheia de alvoroço pelo numero 15. E ahi, sem uma palavra, ergueu a saia do vestido e expôz a Dona Isabel as suas fraldas ensanguentadas.

--Veio!! perguntou a velha com um grito arrancado do fundo d'alma.

A rapariga meneou a cabeça affirmativamente, sorrindo feliz e enrubecida.

As lagrimas saltaram dos olhos da lavadeira.

--Bemdito e louvado seja Nosso Senhor Jesus Christo! exclamou ella, cahindo de joelhos defronte da menina e erguendo para Deus o rosto e as mãos tremulas.

Depois abraçou-se ás pernas da filha e, no arrebatamento da sua commoção, beijou-lhe repetidas vezes a barriga e parecia querer beijar tambem aquelle sangue abençoado, que lhes abria os horizontes da vida, que lhes garantia o futuro; aquelle sangue bom, que descia do ceu, como a chuva bemfazeja sobre uma pobre terra esterilisada pela secca.

Não se poude conter: emquanto Pombinha mudava de roupa, sahio ella ao pateo, apregoando aos quatro ventos a linda noticia. E, se não fôra a formal opposição da menina, teria passeado em triumpho a camisa ensanguentada, para que todos a vissem bem e para que todos a adorassem, entre hymnos de amor, que nem a uma veronica sagrada de um Christo.

--Minha filha é mulher! Minha filha é mulher!

O facto abalou o coração do cortiço: as duas receberam parabens e felicitações. Dona Isabel accendeu velas de cêra á frente do seu oratorio, e nesse dia não pegou mais no trabalho, ficou estonteada, sem saber o que fazia, a entrar e a sahir de casa, radiante de ventura. De cada vez que passava junto da filha dava-lhe um beijo na cabeça e em segredo recommendava-lhe todo o cuidado. «Que não apanhasse humidade! que não bebesse coisas frias! Que se agazalhasse o melhor possivel e, no caso de sentir o corpo molle, que se mettesse logo na cama! Qualquer imprudencia poderia ser fatal!...» O seu empenho era pôr o João da Costa, no mesmo instante, ao corrente da grande novidade e pedir-lhe que marcasse logo o dia do casamento; a menina entendia que não, que era feio, mas a mãe arranjou um portador e mandou chamar o rapaz com urgencia. Elle appareceu á tarde. A velha convidára gente para jantar; matou duas gallinhas, comprou garrafas de vinho, e, á noite, servio, ás nove horas, um chá com biscoitos. Nênêm e a das Dôres apresentaram-se em trajos de festa; fez-se muita ceremonia; conversou-se em voz baixa, formando todos em volta de Pombinha uma solicita cadeia de agrados, uma respeitosa preoccupação de bons desejos, a que ella respondia sorrindo commovida, como que exhalando da frescura da sua virgindade um victorioso aroma de flôr que desabrocha.

E a partir d'esse dia Dona Isabel mudou completamente. As suas rugas alegraram-se; ouviam-na cantarolar pela manhã, emquanto varria a casa e espanava os moveis.

Não obstante, depois do tremendo conflicto que acabou em navalhada, uma tristeza ia minando uma grande parte da estalagem. Já se não faziam as quentes noitadas de violão e dança ao relento. A Rita andava aborrecida e concentrada, desde que Jeronymo partio para a ordem; Firmo fôra intimado pelo vendeiro a que lhe não puzesse, nunca mais, os pés em casa, sob pena de ser entregue á policia; Piedade, que vivia a dar ais, carpindo a ausencia do marido, ainda ficou mais consumida com a primeira visita que lhe fez ao hospital: encontrou-o frio e sem uma palavra de ternura para ella, deixando até perceber a sua impaciencia por ouvir fallar da outra, d'aquella maldita mulata dos diabos, que, no fim de contas, era a unica culpada de tudo aquillo e havia de ser a sua perdição e mais do seu homem! Quando voltou de lá atirou-se á cama, a soluçar sem alivio, e n'essa noite não poude pregar olho, senão já pela madrugada. Um negro desgosto comia-a por dentro, como tuberculos de tisica, e tirava-lhe a vontade para tudo que não fosse chorar.

Outro que tambem, coitado! arrastava a vida muito triste, era o Bruno. A mulher, que a principio não lhe fizera grande falta, agora o torturava com a sua distancia; um mez depois da separação, o desgraçado já não podia esconder o seu soffrimento e ralava-se de saudades. A Bruxa, a pedido delle tirou a sorte nas cartas e disse-lhe mysteriosamente que Leocadia ainda o amava.

Só Dona Isabel e a filha andavam devéras satisfeitas. Essas sim! nunca tinham tido uma epoca tão boa e tão esperançosa. Bombinha abandonara o curso de dança; o noivo ia agora visital-a, invariavelmente, todas as noites; chegava sempre ás sete horas e demorava-se até ás dez; davam-lhe café numa chicara especial, de porcelana; ás vezes jogavam a bisca, e elle mandava buscar, de sua algibeira, uma garrafa de cerveja allemã, e ficavam a conversar os tres, cada qual defronte do seu copo, a respeito dos projectos de felicidade commum; outras vezes o Costa, sempre muito respeitador, muito bom rapaz, accendia o seu charuto da Bahia e deixava-se cahir n'uma pasmaceira, a olhar para a moça, todo embebido n'ella. Pombinha punha alegrias n'aquelles serões com as suas garrulices de pomba que prepara o ninho. Depois do seu idyllio com o sol fazia-se muito amiga da existencia, sorvendo a vida em haustos largos, como quem acaba de sahir de uma prisão e saborêa o ar livre. Volvia-se carnuda e cheia, sazonava que nem uma fructa que nos provoca o appetite de morder. Dona Isabel, ao lado d'elles, toscanejava do meio para o fim da visita, traçando cruzes na bocca e afugentando os bocejos com voluptuosas pitadas da sua insigne tabaqueira.

Fixado o dia do casamento, o assumpto inalteravel da conversa era o enxoval da noiva e a casinha que o Costa preparava para a lua de mel. Iriam todos tres morar juntos; teriam cozinheiro e uma criada que lavasse e engommasse. O rapaz trouxera peças de linho e de algodão, e ali, á luz amarellado velho candieiro de kerosene, emquanto a mãe talhava camisas e lençóes, a filha cosia valentemente n'uma machina que lhe offerecêra o noivo.

Uma vez, eram duas da tarde, ella pregava rendas n'uma fronha de almofada, quando o Bruno, cheio de hesitações, a coçar os cabellos da nuca, pallido e mal asseiado, disse-lhe, encostando-se á hombreira da porta:

--Ora, nham Pombinha ... tinha-lhe um servicinho a pedir ... mas vosmecezinha anda agora tão tomada com o seu enxoval e não ha de querer dar-se a maços...

--Que queres tu, Bruno?

--N'é nada, é que precisava que vosmecezinha me fizesse uma carta pr'aquelle diabo ... mas já se vê que não tem cabimento... Fica pr'ao depois!

--Uma carta para tua mulher, não é?

--Coitada! É mais doida do que ruim! Pois se a gente até dos brutos tem pena!...

--Pois estás servido. Queres para já?

--Não vale estorvar! Continue seu servicinho! Eu volto pr'outra vez!...

--Não! anda cá, entra! O que se tem de fazer, faz-se logo!

--Deus lhe pague! vosmecezinha é mesmo un anjo! Não sei a quem se chegue a gente ao depois que já lh'a não tivermos cá!...

E continuou a louvar a bondade da rapariga, emquanto esta, toda serviçal, preparava numa mezinha redonda os seus apetrechos de escripta.

--Vamos lá, Bruno! que queres tu mandar dizer á Leocadia?

--Diga-lhe, antes de mais nada, que aquillo que quebrei d'ella, que dou outro! Que ella fez mal em quebrar tambem o que era meu, mas que fecho os olhos! Agoas passadas não movem moinho! Que sei que ella agora está desempregada e aos páos; que está a dever para mais de mez na estalagem; mas que não precisa dar cabeçadas: que me mande cá o senhorio, que me entendo com elle. Que acho bom que ella deixe a casa da crioula onde come, porque a mulher já se queixou e já disse, a quem quiz ouvir, que aquillo lá não era ponto de vadios e mulheres de má vida! Que ella, se tivesse um pouco de tino nem precisava estar ás migalhas dos outros, que eu na forja fazia para a trazer de barriga cheia e mais aos filhos que Deus mandasse...--Principiava a tomar calor--Que a culpada de tudo isto é só ella e mais ninguem! tivesse um bocado de juizo e não precisava envergonhar a cara por ahi...

--Isso já está dito, Bruno!

--Pois arrume-lhe outra vez, a ver se ella toma brio!

--E que mais?

--Que lhe não quero mal, nem lhe rogo pragas, mas que é bem feito que ella amargue um pouco do pão do diabo, pr'a ficar sabendo que uma mulher direita não deve olhar senão pr'a seu marido; e que, se ella não fosse tão maluca...

--Já ahi vae você repetir inda uma vez a mesma cantiga!...

--Mas diga-lhe sempre, tenha paciencia, nham Pombinha!... Que ainda estaria aqui, commigo, como d'antes, sem aguentar repellões d'estranhos!...

--Adiante, Bruno!

--Diga-lhe...

E interrompeu-se.

Ora, que mais elle tinha a dizer?...

Coçou a cabeça.

--Veja, Bruno, você é quem sabe o que precisa escrever a sua mulher...

--Diga-lhe...

Não se animava.

--Que...

--Diga-lhe... Não! não lhe diga mais nada!...

--Posso então fechar a carta?...

--Está bom ... resmungou o ferreiro, decidindo-se. Vá lá! Diga-lhe que...

--Que...

Houve um silencio, no qual o desgraçado parecia arrancar de dentro uma phrase que, no emtanto, era a unica idéa que o levava a dirigir-se á mulher. Afinal, depois de coçar mais vivamente a cabeça, gaguejou com a voz estrangulada de soluços:

--Diga-lhe que ... se ella quizer tornar pra minha companhia ... que póde vir... Eu esqueço tudo!

Pombinha, impressionada pela transformação da voz d'elle, levantou o rosto e vio que as lagrimas lhe desfilavam duas a duas, tres a tres, pela cara, indo afogar-se-lhe na moita cerdosa das barbas. E, coisa estranha, ella, que escrevera tantas cartas n'aquellas mesmas condições; que tantas vezes presenciara o choro rude de outros muitos trabalhadores do cortiço, sobresaltava-se agora com os desalentados soluços do ferreiro.

Porque, só depois que o sol lhe abençoou o ventre; depois que nas suas entranhas ella sentio o primeiro grito de sangue de mulher, teve olhos para essas violentas miserias dolorosas, a que os poetas davam o bonito nome de amor. A sua intellectualidade, tal como seu corpo, desabrochara inesperadamente, attingindo de subito, em pleno desenvolvimento, uma lucidez que a deliciava e surprendia. Não a commovêra tanto a revolução physica. Como que n'aquelle instante o mundo inteiro se despia á sua vista, de improviso esclarecida, patenteando-lhe todos os segredos das suas paixões. Agora, encarando as lagrimas do Bruno, ella comprehendeu e avaliou a fraqueza dos homens, a fragilidade d'esses animaes fortes, de musculos valentes, de patas esmagadoras, mas que se deixavam encabrestar e conduzir humildes pela soberana e delicada mão da fêmea.

Aquella pobre flôr de cortiço, escapando á estupidez do meio em que desabotoou, tinha de ser fatalmente victima da propria intelligencia. Á mingoa de educação, seu espirito trabalhou á revelia, e atraiçoou-a, obrigando-a a tirar da substancia caprichosa da sua phantasia de moça ignorante e viva, a explicação de tudo que lhe não ensinaram a ver e sentir.

Bruno retirou-se com a carta. Pombinha pousou os cotovelos na meza e tulipou as mãos contra o rosto, a scismar nos homens.

Que estranho poder era esse, que a mulher exercia sobre elles, a tal ponto, que os infelizes, carregados de deshonra e de ludibrio, ainda vinham covardes e supplicantes mendigar-lhe o perdão pelo mal que ella lhes fizera?...

E surgio-lhe então uma idéa bem clara da sua propria força e do seu proprio valor.

Sorrio.

E no seu sorriso já havia garras.

Uma alluvião de scenas, que ella jamais tentára explicar e que até ahi jaziam esquecidas nos meandros do seu passado, apresentavam-se agora nitidas e transparentes. Comprehendeu como era que certos velhos respeitaveis, cujas photographias Leonie lhe mostrara no dia que passaram juntas, deixavam-se vilmente cavalgar pela loureira, captivos e submissos, pagando a escravidão com a honra, os bens, e até com a propria vida, se a prostituta, depois de os ter esgotado, fechava-lhes o corpo. E continuou a sorrir, desvanecida na sua superioridade sobre esse outro sexo, vaidoso e fanfarrão, que se julgava senhor e que no emtanto fôra posto no mundo simplesmente para servir ao feminino; escravo ridiculo que, para gosar um pouco, precisava tirar da sua mesma illusão a substancia do seu goso; ao passo que a mulher, a senhora, a dona d'elle, ia tranquillamente desfrutando o seu imperio, endeosada e querida, prodigalisando martyrios, que os miseraveis aceitavam contritos, a beijar os pés que os deprimiam e as implacaveis mãos que os estrangulavam.

--Ah, homens! homens!... sussurrou ella de envolta com um suspiro.

E pegou de novo na costura, deixando que o pensamento vadiasse á solta, emquanto os dedos iam machinalmente pregando as rendas n'aquella almofada, em que a sua cabeça teria de repousar para receber o primeiro beijo genital.

N'um só lance de vista, como quem apanha uma esphera entre as pontas de um compasso, medio com as antennas da sua perspicacia mulheril toda aquella esterqueira, onde ella, depois de se arrastar por muito tempo como larva, um bello dia acordou borboleta á luz do sol. E sentio diante dos olhos aquella massa informe de machos e femeas, a comichar, a fremir concupiscente, suffocando-se uns aos outros. E vio o Firmo e o Jeronymo atassalharem-se, como dois cães que disputam uma cadella da rua; e vio o Miranda, lá defronte, subalterno ao lado da esposa infiel, que se divertia a fazel-o dançar a seus pés seguro pelos chifres; e vio o Domingos, que fora da venda, furtando horas ao somno, depois de um trabalho de burro, e perdendo o seu emprego e as economias ajuntadas com sacrificio, só para ter um instante de luxuria entre as pernas de uma desgraçadinha irresponsavel e tola; e tornou a ver o Bruno a soluçar pela mulher; e outros ferreiros e hortelões, e cavouqueiros, e trabalhadores de toda a especie, um exercito de bestas sensuaes, cujos segredos ella possuiu, cujas intimas correspondencias escrevera dia a dia, cujos corações conhecia como as palmas das mãos, porque a sua escrivaninha era um pequeno confissionario, onde toda a salsugem e todas as fezes d'aquella praia de despejo foram arremessadas espumantes de dôr e aljofradas de lagrimas.

E na sua alma enfermiça e aleijada, no seu espirito rebelde de flôr mimosa e peregrina criada n'um monturo, violeta infeliz, que um estrume forte de mais para ella atrophiára, a moça presentio bem claro que nunca daria de si ao marido que ia ter uma companheira amiga, leal e dedicada; presentio que nunca o respeitaria sinceramente como a um ser superior por quem damos a vida; que nunca lhe votaria enthusiasmo, e por conseguinte nunca lhe teria amor; d'esse de que ella se sentia capaz de amar alguem, se na terra houvéra homens dignos disso, Ah! não o amaria de certo, porque o Costa era como os outros, passivo e resignado, aceitando a existencia que lhe impunham as circumstancias, sem ideaes proprios, sem temeridades de revolta, sem atrevimentos de ambição, sem vicios tragicos, sem capacidade para grandes crimes; era mais um animal que viera ao mundo para propagar a especie; um pobre diabo emfim que já a adorava cegamente e que mais tarde, com ou sem razão, derramaria aquellas mesmas lagrimas, ridiculas e vergonhosas, que elle vira decorrendo em quentes camarinhas pelas asperas e mal tratadas barbas do marido de Leocadia.

E não obstante, até então, aquelle matrimonio era o seu sonho doirado. Pois agora, nas vesperas de obtel-o, sentia repugnancia em dar-se ao noivo, e, se não fôra a mãe, seria muito capaz de dissolver o ajuste.

Mas, d'ahi a uma semana, a estalagem era toda em reboliço desde logo pela manhã. Só se fallava em casamento; havia em cada olhar um sanguineo reflexo de noites nupciaes. Desfolharam-se rosas á porta da Pombinha. Ás onze horas parou um carro á entrada do cortiço com uma senhora gorda, vestida de seda côr de perola. Era a madrinha, que vinha buscar a noiva para a egreja de São João Baptista. A cerimonia estava marcada para o meio dia. Toda esta formalidade embatucava os circumstantes, que se alinhavam immoveis defronte do numero 15, com as mãos crusadas atraz, o rosto paralysado por uma commoção respeitosa; alguns sorriam enternecidos; quasi todos tinham os olhos resumbrados d'agoa.

Pombinha surgio á porta de casa, já prompta para desferir o grande vôo; de véo e grinalda, toda de branco, vaporosa, linda. Parecia commovida; despedia-se dos companheiros atirando-lhes beijos com o seu ramalhete de flores artificiaes. Dona Isabel chorava como criança, abraçando as amigas, uma por uma.

--Deus lhe ponha virtude! exclamou a Machona. E que lhe dê um bom parto, quando vier a primeira barriga!

A noiva sorria, de olhos baixos. Uma fimbria de desdem toldava-lhe a rosada candura de seus labios. Encaminhou-se para o portão, cercada pela bênção de toda aquella gente, cujas lagrimas rebentaram afinal, feliz cada um por vel-a feliz e em caminho da posição que lhe competia na sociedade.

--Não! aquella não nascera para isto!... sentenciou o Alexandre, retorcendo o reluzente bigode. Seria lastima se a deixassem ficar aqui!

O velho Liborio, cascalhando uma risada decrepita, queixou-se de que o maganão do Costa lhe passara a perna, roubando-lhe a namorada.

Ingrata! Elle que estava disposto a fazer uma asneira!

Nênêm deu uma corrida até á noiva, na occasião em que esta chegava á carruagem e, estalando-lhe um beijo na boca, pedio-lhe com empenho que se não esquecesse de mandar-lhe um botão da sua grinalda de flores de larangeira.

--Diz que é muito bom para quem deseja casar!... e eu tenho tanto medo de ficar solteira...! É todo o meu susto!

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